quarta-feira, 19 de setembro de 2007

No escuro de meu quarto

Aqui me encontro, diante deste sombrio céu de cintilantes estrelas artificiais.

Mergulhando no negro de minhas recordações, a procura de algum registro notório.

Em meio às loucuras e irresponsabilidades de uma meia vida, perco-me.

Noites sem memória, diálogos travados com o nada,
copos destilados à velocidade da luz.

Pessoas travestidas, libido em demasia, relações sem pudor.

Lá, ninguém sou. Ninguém é. Todos vem e vão.

Festividades do além mundo, esgoto, submundo.

Sinto a deterioração de tudo que me é interno.

Fígado, estômago, coração, pensamentos e preconceitos.

Cresço com o desandar de minha vida, aprendo com cada lição mal resolvida.

Fito um breu mais forte que os outros, projeção de meus pensamentos.

Negro, exacerbadamente sombrio, seguro esconderijo de sombras.

Noites sem notas, apenas noites vividas.

Ao repetir em todo crepúsculo este procedimento,

crio uma vida adoravelmente ilusória, sonho real acordada.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Meados de junho - filho de um trânsito caótico.

As micro-partículas de poeira, que o sol desta nebulosa manhã revela, dançam coordenadamente em espiral ascendente diante de minha face. Mais um dia comum. Este pesado ar inóculo compõe a poesia visual que me inspira. Será a inofensiva névoa de uma fria manhã ou o mortífero ar a espalhar-se pelo carburador desvairado do ônibus que atravessa a faixa ao lado? Velocímetro a 60, cabeça a mil. Escrever dirigindo pode ser perigoso. Isso me motiva. Vejo muita fumaça, algo pega fogo logo à frente. Secos dias de inverno. Fogo destruidor a renovar. E o movimento dos carros rumando seu cotidiano continua, quebrado apenas, ora ou outra, pelo avermelhar dos semáforos. A cor do amor. Estranho, não?! Vermelho, amor, PARE. Mentalmente bombardeada. Capturo tudo. Nada me escapa. Passo por um equilibrista de meio-fio. Sinto vontade de dar bom dia ao mundo, mesmo não sendo o melhor dos dias... Sigo meu caminho. Sempre em frente, já dizia o tal do Russo, não temos tempo a perder...

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Em uma aula desanimada... Vestígios de um domingo movimentado...

Onda ácida que derruba e
me eleva aos céus cor de jasmim.
Plano por entre veias pulsantes de meu estático coração
e rumo para o dragão amarelo minguante

O ar dança valsa com as árvores tortas
Lagos nos levam aos céus,
palco de estrelas multicoloridamente pensadas.
Rodo o compasso, construo meu passo descompassado

Pulo nuvens de cigarros mentolados e
tenho a certeza de que a vida é ali.

No fim do arco-íris está minha janela sensorial
Sou azul, escuto roxo, como vermelho,
enxergo branco, sinto verde, estou amarela e assim vou,
por entre uma dose de steinheager
e um copo de vodka leitosa.

Piso em falso na areia turva de sombras escondidas.
Com meus pés descalços caminho para o fim de meus dias, feliz.
Conseqüência de se viver:
morrer.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Confusão.
Esta é a sombra que me vem acompanhando faz muito.
Não é bem aquela coisa “quem sou, de onde vim, para onde vou”.
Não. Passa longe disso.
Sempre fui uma pessoa bem resolvida a este respeito,
daquelas que deixa o amanhã dizer.
E se ele não dizer, é porque não era para ser.
Clichê? Sim, clichêzinho infame e proposital.
Mas de um nível de realidade absurdo!
Eu sei quem sou, de onde vim e o “para onde vou” depende (e muito) do meu estado de espírito.
Sou uma criança.
Daquelas que se explode numa deliciosa sensação ao ver o sol das 18h.
Sim, ele me agrada. Acho lindo, mágico, de um nível poético inimaginável.Simplesmente inspirador.
Passaria horas deitada na grama, fitando aquele céu azul e o sol a gritar de amarelo ouro um saudoso tchau. O espetáculo da despedida.
Passaria, não fossem os compromissos da idade que, seguindo a teoria, sentiu-se obrigada a passar.
Eu sei minha real idade. A mim, estes numerozinhos ai não enganam não.
De onde vim?
De bem longe, onde as nuvens descansam e a lua joga poker com as estrelas.
De onde o vento canta suaves melodias táteis que arrepiam o corpo a cada nota musical.
Da cidade vizinha à Terra do Nunca e a 20km do País das Maravilhas.
De onde se lê uma placa “curva do vento”.
Onde rótulos e nomeações pouco importam.
E é para lá, aqui e acolá que eu vou.
Vou sem deixar de perder o rumo, e parando em cada cidadezinha desconhecida.
Vou com lenço, sem documento algum, e no bolso um pedaço de papel escrito Srta. Humana.
Vou sem medo, carregando apenas minha bagagem de sorrisos.
Encontrando-me e descobrindo um pedaço de mim em cada lugar.
Deixando migalhas de saudades, para o caso de querer voltar.
Não me perco, pois ainda não me achei.
Vivo uma eterna brincadeira de pique esconde comigo mesma.
“Um, dois, três, salve (m-se) todos!”
...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Num Universo Paralello...

Pupilas dilatadas fitam-me a todo instante,
são corpos embalados pelo ritmo frenético do êxtase.

Suor, corpo, alma.
Arrepios na espinha dorsal.
A carne trêmula.

Um frenesi de cores fluorescentes observam,
sinto o calor do sangue percorrendo as veias.
Abundância de sorrisos brilhantes a iluminar o caminho.

A dança do amor
sensualmente embalada pela brisa do mar.
Tão sensível – lava-me o corpo com suaves grãos de areia.

Corpos sujos. Almas límpidas. Mentes abertas.
Eis a chave sensorial da engrenagem de meus neurônios.
Axônios à velocidade da luz.

São passos ritmados pela des-ritmia musical – conflito relaxante.

E a lua, astro rei da noite limpa, observa,
e manda-nos a energia sinestésica de sua luz.
Sinto seu cheiro. Toco-a. Provo-a.
Manjar soberbo!

Danço, até que a música cesse.

E quando ela cessa
faço música e torno a dançar.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

e vão-se os anéis...

E da janela eu vejo o preto.
Sentimentos que se confundem no horizonte ensangüentado
Pessoas não enxergam, não ouvem, não sentem, mas acham-se donas da razão.
A venda da justiça vendida a preço de banana na feira dos importados,
made in Brasil com “zê” e “bê” minúsculo, adquira já a sua.
Venda-se você também!
Seja qual das duas formas você interpretou a frase acima.
E, na esquina, a prostituta atrás de pão,
não, espera um segundo, pode ser uma dona de casa mãe de 3 filhos sem escola também, sem conclusões precipitadas!
É estreita a linha que separa por diferenças um índio de um mendigo.
“Coitados, eles não têm culpa de não terem percebido.
Tava mesmo tão parecido envolto naquele cobertor esfolado”
Chega de franzir a sobrancelha, não os faça de coitados.
Os pós de um são os mesmos do outro.
Passa essa borracha no jornal, faz favor!
Quero tonéis CMY, sem o K, nos grandes jornais.
Quero cor nessa realidade, quero vida nessas manchetes.
Quer saber? Chega de conformidade, chega de buscar a explicação.
Não existe. Não tem perdão.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Clima de final de curso =]

É chegada a hora.
O partir. A torturante despedida de quem não se vai.
Aquele até logo com peso de adeus.
O fim onde, ironicamente, se encontra um novo começo.
Novos horizontes desenhados em nanquim.
Abraço desajeitado, sorriso de canto, um doloroso acenar.
“Adeus, amigo. Boa sorte daqui pra frente”
Entristecer é um fatídico fato. Não há para onde correr.
Emudecidas ficam as partes compositoras desta melancólica poesia.
Em minha cabeça grita o silencioso tchau, efeitos de uma nostalgia pré-fabricada.
Pesam os olhos, as pálpebras já não obedecem mais meus comandos.
Cerrar os olhos pode ser determinante.
Lágrima, filha de Adeus, a Deusa da saudade.
Fincam-se espinhos em meu coração, aperta-me o tórax.
Busco oxigênio, mas o tal dia se aproximando retira qualquer condição de fazê-lo.
Quem irá rir de minha tão espalhafatosa olheira de segunda ?
Caminhar sem meu tendão de Aquiles será impossível, o tombo é inevitável.
Sonhos em comum. Esperanças de jovens mentes.
O mundo melhor de cada um de nós.
Hoje rumos distintos, amanhã pouco se sabe.
Sinto a antecipação do desespero. Estarei sozinha, perdida na floresta de concreto.
Olharei para os lados e não verei sua mão estendida, apenas lembrarei de suas palavras.
“O mundo é seu, siga em frente”.
O mundo também é seu, amigo. Nosso. O mundo é nosso.
E a vida é demasiadamente longa, a ponto de eu poder afirmar que voltaremos a nos ver.
Tchau, amigo. Até mais, nos vemos em breve, esteja certo disso.
Conquiste seu mundo, conquistarei o meu. Encontro-te neste caminhar.
Até logo, amigo. ATÉ LOGO.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

;]

Andando pelas planejadas ruas de Brasília em mais uma monótona manhã de segunda-feira, deparei-me com um fato comum, rotineiro, mas este, em especial, chamou bastante a minha atenção. O avermelhar dos semáforos anunciando a dura realidade excludente dos seres humanos. Um senhor aparentando trazer na bagagem de seus traços duros 70 anos de vida, ou mais. Barba cor de cal por fazer, pele mulata, botina caramelo rota, camiseta de um xadrez visivelmente desbotado. Trazia em suas mãos um rústico chapéu de palha. Esta era sua ferramenta de trabalho. O chapéu, diante do duro fardo imposto aos homens. O sobreviver vencendo o orgulho, e a dignidade, friamente roubada pelo sistema, buscando a saída para se viver. O chapéu, o único instrumento que lhe sobrou, seu ganha pão, sua sobrevida. Ele pedia. Seus olhos brilhavam. Indaguei-me se seria a ponta de esperança que ainda movia seus sonhos ou a lágrima contida por aquela condição sub-humana. A resposta, não sei, e, talvez, nunca saberei. Eu não tinha moedas, trocados ou centavos, como ele pedia. Não tinha, de verdade. Trazia comigo as olheiras de um domingo intenso e as idéias que borbulhavam em minha mente. Trazia algo mais e não sabia que trazia. Trazia o sorriso. O sorriso que, inocentemente, dei, e que me fez perceber que sempre temos algo grandioso a oferecer. Sorri, apenas. Um sorriso sincero, daqueles que os olhos permanecem semifechados fazendo você enxergar muito além das coisas. Sorri e fui curiosamente retribuída. Sorri e vi o brilho daqueles tristes olhos aumentar como guiado por uma função exponencial. Sorri e escutei um emocionado e satisfeito “Obrigado pelo sorriso”. Sorri. Apenas e tanto.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Lingüiça Revolts!

Não sou mais um ser petrificado.
Desvirtuo-me desta gosma estática acinzentada.
Não suporto mesmices, as quebro em golpes de olhar.
Todo este cotidiano repetitivo e sem nenhum impulso estimulante.
Pulso parado, sangue coagulado. Pulso rasgado, sangue pulsante.
Sempre o mesmo fantasma a me seguir, prazer em revê-lo, senhor paradoxo.
Corro de costas neste trânsito robótico,
colidir é minha diversão, meu prazer sem perdão
Acho tão natural o dês-comum.
Viver para morrer não consta em meu vocabulário
Leia os meu lábios: "tenho cara de otária?!"
Todo dia o mesmo caminho.
As mesmas pessoas. Os mesmos horários.
A mesma maldita falta do que fazer.
Os mesmos compromissos dês-compromissados.
As mesmas bocas. Os mesmos beijos.
Os mesmos sexos. O mesmo desejo.
A ânsia de fugir de todas as mesmas coisas.
A busca incessante pelo novo desconhecido,
o sentimento de vazio dentro desta cheia cabeça.
Nascida para viver. Redundância exclusiva de contáveis seres.
Encaixo-me no patamar dos estranhos estranhados.
Ao andar, corro. Ao sorrir, morro.
Mas revivo a cada lágrima jorrada,
e aprendo quando paro para contemplar o nada.
Maldita sina das horas confundirem-se com os minutos,
quero correr, viver, morrer, tudo. Tudo exatamente junto.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

A boa e velha lingüiça clichê: pecar custa caro

Refugio-me. Olho no espelho retrovisor e não vejo o que há por trás.

Escondo-me novamente no retiro dos infortúnios.

Mais uma vez desilusão. Mais uma vez decepção.

Nascida para personificar todos os paradoxos da vida.

Um sorriso trazendo profunda tristeza.

Por que tem que ser assim?

Por que tudo necessita um porquê?

Não sei. Serei sempre aquela que as pessoas não entendem.

Serei sempre a seca lágrima que insiste em esconder-se.

O coração apertado e a falta de ar momentânea.

Este misto de tristeza, agonia e desespero. Internos.

Privarei o mundo de meu jardim de horrores.

E meu vício de observar o vento pentear a copa das árvores

parece-me, hoje, ter mais sentido.

Estou fugindo. Não me envergonho.

Mergulhada no meu infinito amoral, imoral, normal.

Engraçado, os piores dias da minha vida insistem em ser os mais belos.

Céu límpido azul anil, árvores verde-amareladas.

Uma deliciosa brisa a arrepiar meu dorso. As horas parecem propositalmente congelar-se.

E este aperto que não cessa.

E este profundo respirar que faz minha alma se contorcer em dores.

Quero chorar. Preciso chorar.

Recorrer-me-ei ao infinito.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Segunda-feira irritante

Os olhos insistem em cerrar-se, são obesos
A concentração, vulgarizada, perde-se no silêncio mórbido que me cerca
Ouviria os grilos, não fosse esta invasão de concreto armado vegetariano
alimentando-se de plantas, flores, ou qualquer outra coisa fotossintetizante
Quisera eu ser uma exímia artífice na arte de vomitar poesias perfeitamente metrificadas
Não sei a cor do céu
Há nuvens lá fora?
Sinto-me presa envolta por estas paredes branco-encardidas
Estranho.
No ouvido Sérgio e Arnaldo Baptista sussurram-me uma loucura majestosa
Sim, sou muito louca. E não vou me curar não, obrigada.
Mais uma louca presa nesta normalidade acomodada
Ainda tonta da noite anterior. Bares, álcool e uma pseudo-filosofia barata
Este mundo de pseudo-realidades é fascinante, não?!
Veja você; eu, uma pseudo-redatora,
escrevendo um pseudo-texto, com pseudo-frases desconexas
E você, pseudo-leitor, formando um pseudo-pensamento à meu respeito
Viva a pseudo-falta do que fazer no trabalho.
“No chão de folhas secas de jornal”, é outono aqui na agência
Segundas-feiras outonais são completamente broxantes
E o resultado delas, são textos como este que você acabou de ler
Frígidos, mas com total sentido.
Viva a frigidez literária sentimental!
E para rimar: Tchau.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Hãããnnn (dedinhos)

Embasada em um processo de introspecção totalitária, proseava eu com o meu outrem que, estático e mudo, pôs-se a habitar meus axônios em tempos remotos. Quiçá ele não saiba, mas diante de árduos dias de labuta diária ponderei o retorno custo-benefício que alquilar meus pertences naturais trazia-me. Deparei-me cansada com esta realidade esdrúxula que, movida pela devoção exacerbada de cousas desprovidas de capacidade intelectual, busca apenas a egosatisfação. Colocar-me-ei contra esta mais-valia desvairada que insiste em explorar os menos favorecidos, doa a quem doer o uso de minha supracitada mesóclise. A empregarei sem medir esforços, sempre colocando em voga o sentimento comum a grande massa covardemente pisoteada. Chega de infortúnios! Pela sua atenção, sou grata.
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O texto de hoje é especialmente dedicado para minha grande amiga Isabel Noronha, fã incondicional de minhas lingüiças, inclusive ela diz que tenho dedos da tal iguaria. Isabel certa vez, me zuando pelo constante uso de palavras pouco conhecidas e construções literárias complexas, me pediu para fazer um texto que tivesse um "quiçá", um "voga" e uma mesóclise. Ai está. hahahahaha

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Lingüiça de tudo, lingüiça de nada... Lingüdo e Lingüada (ui)

O drama de não saber como será o amanhã. De sentir-se um útil inútil no meio de um mar de pós-utilidades. Não saber de nada e, sabendo disso, compreender que o nada não é nada. Mas também não é tudo. Quando sabemos de tudo, não sabemos o nada, então concluímos também que o tudo que sabemos não é tudo. O tudo e o nada. Opostos complementares, impossibilidade de alcance. Doce utopia binária. Ninguém sabe nada. Ninguém sabe tudo. Nada se sabe sobre o tudo. Tudo que se sabe sobre o nada é nada. Nada tudo nada tudo nada tudo nada tudo. Nada neste mar de nada e veja tudo que compõe o nada. É simples. E fatal. É tudo brutalmente vital. É tudo. É nada.
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a sinusite impede o atual funcionamento de meus neurônios. Socorro, alguém traz o desentupidor de privada ai!!!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Lingüiça pra curar ressaca (?!)

Quarta-feira pós dia do trabalho, eis que resolvo adentrar a fundo na hermenêutica das festas open bar. Festa Open Bar é coisa do capeta, diria um grande amigo meu, eu digo que esta seria uma visão superficial, a arte que envolve este tipo de festa é tão graciosamente intrigante, que estudá-la daria uma ótima tese de monografia. A propósito, ainda não defini o que farei em minha monografia, quem sabe desta lingüiça ressacada que hoje encho não saia um prólogo da dita cuja... Não sei se trata-se de uma lei Universal, mas é incrivelmente perturbador como festas deste caráter atraem tanta gente bonita. Aliás, todos são tão lindos em festa open bar. Tão fashions... Tão modernos... Tão sofisticados... Tão simpáticos... Tão legais.... Tão... Tão... Tão bêbada eu estava!!! Oh Lord! Preciso parar de freqüentar festas open bar, é sempre igual. Começa-se com a cervejinha básica, quando menos se espera, o conteúdo do copo perde totalmente a coloração e lá está a vodka pura e quente. É um ato involuntário, sabe arco-reflexo? Então! As mãos criam vida, e ô personalidadezinha difícil de lidar essa da mão, viu?! Surge o copo com o líquido descolorido, a mão move-se lentamente. Digo não. A mão reluta, exalta-se um pouco e segue sua estrada rumo ao desconhecido. Mais uma vez o cérebro berra “não mão, não mão!”. Em vão, de súbito ela pega fôlego, desvia dos empecilhos físicos e pum, copo nela. Boca, copo, boca, copo, boca, copo. O cérebro já não sabe se quer impedir aquele ritual de acasalamento boca-copo ou se age de maneira responsável e volta para o fermentado. Fermentados são amigos, eles não dão amnésia. Devia vir escrito nos convites das festas open bar: Na compra de um ingresso ganhe inteiramente grátis uma deliciosa amnésia. Tenho uma teoria para as amnésias a nós cedidas pela vodka. Tamanho é o esforço do cérebro para impedir a nossa saída do âmbito fermentado para o destilado, que o que vem depois a São Longuinho pertence. “São Longuinho, São longuinho, se você devolver minha memória, minha responsabilidade e minha capacidade físico-motora eu dou três pulinhos, lembrando que para os três pulinhos acontecerem o terceiro pedido deve ser inteiramente atendido...”. Ah, eu peço um autógrafo para quem jurar que após uma festa open bar não acorda no dia seguinte falando a célebre frase: “não bebo mais nunca”. Juro que peço! E a propósito, parei de beber, viu?!

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Lingüiça Indigesta

Hoje iremos tratar de um interessantíssimo assunto de utilidade pública. Sério, após análise desta lingüiça que hoje encho, você será uma nova e inspirada pessoa. Só Manuela López põe em pauta aquilo que todos querem, mas nunca ousam falar... Depois de minha polêmica declaração aos ventos lingüiçais a respeito de minha poligamia lingüística, hoje quebrarei todos os paradigmas a respeito do bom, velho e conhecido Vômito. O que é o Vômito para você? Muito mais do que lançar o conteúdo gástrico pela boca, fazer jorrar aquela pasta delicadamente decorada com o milhozinho de ontem, o ato de vomitar é poético, algo próximo do ideal Romântico. Você vomita quando não come, ou quando come demais. Você vomita quando é bebê, quando é criança, quando é adolescente e quando está para morrer. O vômito é onipresente!!! A exteriorização de um sentimento repreendido que precisa a qualquer instância mostrar-se vivo, palpável, daí o ato de vomitar. Vomitar é lindo! Infelizmente o vômito adquiriu um caráter nebuloso ao longo dos tempos, mas vejo para a nossa sociedade um futuro promissor... Onde o vomitar será uma prática conjunta de celebração, onde os amantes trocarão juras de amor eterno pelo “eu vomito por você, vômito da minha vida”, onde o maior hit das rádios será “vômito no apê..."Este texto acabou de ser vomitado, após lê-lo, vomite você também (joinha)...
Vomitooutrotchau....

"Blogueira" tira a consistência da lingüiça...

“Manu, agora você é uma BLOGUEIRA? Que máximo!!!”. Esta é a fala que resume meu último pesadelo. Último, mais marcante, aterrorizante, chocante, petrificante, BROXANTE... Ta, chega de palavras ridiculamente terminadas em “ante”, mas é sério... Existe termo mais feio que Blogueira? Ao falar, parece que a pessoa está naqueles filmes de terror, onde o assassino frio e calculista, minutos antes de esfaquear o pâncreas da vítima, diz naquela boa e velha câmera lentíssima (aquela mesmo que parece que a pessoa está falando com um ovo na boca): “bloouououou-gueiouooooo-rooooouaaaa”... AHHHHH terror e pânico, gente! Quando minha associação foge desta temática “filme trash de terror/anos 80”, ela adentra em um outro patamar: o da inexistência, obrigada. Ui, adorei minha frieza e pseudo-objetividade neste “textículo” ( textículo no “Manurélio” = texto pequeno, viu ô mente poluída!).

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Lingüicinha com digestivo!

Cachaça é água?!


Muito se tem discutido a respeito dos efeitos do álcool no corpo do ser humano. Revistas, televisão, jornais, Internet, mesinha de avião (afinal, hoje em dia qualquer lugar é tido como mídia). Em todo canto somos bombardeados de informações pejorativas envolvendo o sagrado líquido incentivador de relações interpessoais. Muito já li a respeito e, confesso, não é mais o álcool que está me deixando louca, e sim no que devo acreditar... Uma taça de vinho por dia faz bem à circulação sanguínea... Uma cachacinha antes do almoço “é pápum” e dá-lhe apetite para os anêmicos... A única forma de exterminar a ressaca é entornar mais algumas e fazer todo o álcool do dia anterior voltar à ativa... Comeu aquela buchada de bode? Relaxa, nada como uma caipirinha para facilitar a digestão! Em contrapartida, andam dizendo por ai que dar aquele “tapinha na pantera” é menos problemático do que embebedar-se em alegria nos fins de semana. Provar da fonte líquida que os animais vertebrados, tetrápodes, endotérmicos, ovíparos, que possuem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas e bico córneo e ossos pneumáticos não bebem extingue de forma brutal e friamente nossa capacidade de distinguir o que é uma mulher e o que é a Roberta Close (é só eu que tenho essa dificuldade?). Se o problema é fígado, coma patê, além de chique e charmoso é uma delícia e ta na moda! Eu, como amante da iguaria etílica em contato com minha delicada epiglote, defendo com todos meus dois únicos braços (se também for necessário usarei as pernas até a morte) a cervejinha nossa de cada dia “não útil” (já que formalmente chamamos o dia em que trabalhamos de útil, “não útil” pareceu-me melhor que inútil). Defendo sim! Pelo amor à sábia filosofia de bar! Pelo amor ao entrosamento múltiplo congênito! Pela exteriorização da simpatia contida em cada serzinho deste mundo! Se cachaça fosse água, George Bush tava uma hora destas jogando aquela peladinha de final de expediente com Bin Laden e Fidelzito. Sejamos sinceros, beber é bom e faz bem, lógico, sem exageros. Tudo em exagero acaba dando “xabú” (valeu papai pelo neologismo ultra MODERNO!) ... Experimenta comer balinha dietética demais em um único dia para você ver... À noite você vai virar amigo íntimo do banheiro.


Moral da história: VIVA o wikipedia! Graças a ele e a minha inútil vontade de escrever este texto eu pude lembrar que um passarinho pertence à família dos vertebrados, tetrápodes, endotérmicos, ovíparos, que possuem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas e bico córneo e ossos pneumáticos. Xuxu beleza!

terça-feira, 24 de abril de 2007

Introdução da Lingüiça - ui

Eis que de fato sai do papel o blog que tantos (poucos) me pediram para criar.

Motivada pelo lingüiça master power plus advanced two, surge o lingüiça lingüística, que nada mais será além de uma boa e velha enchida de lingüiça!

Sim, sou mestra nisso. Sempre me falaram, resolvi assumir minha lingüiça e hoje sou uma garotinha bem mais feliz.

Seja bem-vindo.
Pode provar a vontade, pois a lingüiça aqui não tem pimenta (para evitar qualquer constrangimento futuro!)...

Sentada diante de meu monitor nesta tarde de terça-feira na agência de publicidade onde trabalho, surgiu este texto abaixo e, consequentemente, o nome deste blog...

beijooutrotchau da criadora deste.
Manuela López...

Foi dada luz à língüiça....

A timidez nos tempos atuais.

Áureos eram os tempos em que ser tímido era um dom, quase um frufruzinho a mais que tornavam fofíssimas as pessoas que, banhadas em timidez, escondiam-se por trás do cabelo no rosto, do sorriso amarelo sem graça e das risadinhas por conveniência. Engraçado como o tempo passa e as coisas sofrem mutações estrondosas, escandalosas, espalhafatosas. Vai de um extremo ao outro, sem nem dar tempo de descobrir o porquê... Água pro vinho, já dizia minha avó, a propósito, saudade da minha avó... Aquela lá sim é um exemplo de boa vivant dos tempos modernos. Um sorriso... Uma gargalhada que simplesmente explode-se em simpatia e amor à vida. Timidez ali passa longe, viu?! Chega a ser engraçado, motivo de piadas familiares, ela tem o estranho hábito de cumprimentar todas as pessoas com as quais cruza em uma simples ida à loteria no quarteirão acima, certeza que se ela tivesse orkut estaria na comunidade cumprimente quem você não conhece. Quarteirão!!! Saudades de Minas e seus quarteirões... Nossa! Falar de timidez me despertou um sentimento nostálgico... Mas, enfim, Manuela López a menina dos rodeios (olha Minas ai de novo, gente!), mais uma vez enchendo lingüiça com sentimentos ultrapassados em um texto que trata de um assunto tão ultrapassado quanto... Menina, seja mais objetiva... OBJETIVIDADE, viu?! Confesso que acho dificílimo alcançar a tão sonhada objetividade, textos objetivos pra mim são extremamente clichês, insosos e desanimadores. As pessoas querem sentimentos, identificar-se com o texto, sentir que aquilo ali foi escrito para ela, única e exclusivamente. Tenho um caso de amor louco e possessivo pelas metáforas, paradoxos e hipérboles. Garotinha moderna, paz e amor, tatuada, poligâmica e “trilingüe”, morou, brother?! Ta... Mas voltando ao assunto, o que eu tava falando mesmo? Rodeio, objetividade, quarteirão, vó Anita... Ah sim, timidez! Bah, também não quero mais falar de timidez, já abri meu coração meloso e fiz uma proclamação sentimental tentando justificar uma incapacidade minha. Chega de tripas lingüísticas nesta lingüiça boçal. Nossa, acabei de reparar, lingüiça lingüística, como soa bem! Eu ia falar que sou tímida, mas agora estou dando mais valor a tal da lingüiça lingüística... Alguém ai quer ver minha lingüiça lingüística? É, acho que minha timidez foi pro buraco, e a real intenção desse texto também...