segunda-feira, 25 de abril de 2011

desabafo

Hoje me machuco, batendo, matando. A voz passiva também se aplica ai. Mato as lembranças, o meu corpo tá com marcas. Dores psicológicas, ferindo bem mais que o sentir. Eu tou estragada, fruto podre. Mexendo na ferida exposta. Tenho roxos pelo corpo, meu estômago dói pela falta de alimento. Meu coração dói pela falta de alimento. Reorganizar, organizar-me. Todo esse caos ta impossível. Ta tudo uma bagunça, não sei por onde começar. Lixo humano, azedume expoente. Tudo ta demais. Pessoas demais, noite demais, êxtase demais. Tou em transe. FRÍGIDA. Com o pulso fraco e a respiração ofegante. D-O-P-A-D-A. A cidade baixa me pegou, escuridão. Esfaqueando a inocência, machucada e machucando. Me quero de volta, arremessei do 5º andar. Foi só alma, estatelou-se muda, leve, longe. O corpo em decomposição permaneceu. A podridão só aumentou. Tenho medo, consequências acontecem, pensamento prévio não. Tou morrendo, me matando. Doente, acabada. No limiar da loucura, acordei chorando. Masoquismo escroto, fase negra que não passa. Madrugada que não finda. Há luz, há lírios. Quero a pureza de volta, minha alma que morreu. Clamo por clemência, resgate que não vem. Meu presente me condena: prisão perpétua, solitária.