terça-feira, 26 de maio de 2009

Início, meio e fim

Concentração, sobrenome: Vulgarizada. Textos inacabados, milhões deles. Aportados em mares de idéias taciturnas. Fim, todos têm. Sempre tiveram. Um fim desde o início. Mas se perderam no meio. Num cenário forçadamente repleto de donativos às idéias necessárias, diárias, assalariadas. Talvez, certa vez disse para uma amiga, eles nasceram para isso. Nascidos para (in) acabar-se antes da hora. Com um plano traçado desde sua concepção. Confeccionados para um fim, mesmo sem o possuir. Diferente, este texto nasceu sem intenção. Filho primeiro do automatismo. Fruto podre do inconsciente pessoal aperiódico. Um texto intencionalmente sem intenção. Indecente, sem final explícito e finalidade evidente. Este, evidentemente, encontrou um fim em seu meio. Metáforas: Textos. Vida. Relacionamentos. Inacabados... Textos pouco evidentes, porém surpreendentes, todos com começo, meio e fim, sempre.

Egocentrismo descentralizado

Eu
mais eu.

Só eu.

Eu só.

Eu mais
eu.

Eu mais ninguém.


eu
só.

Só eu.

Sozinha...

terça-feira, 19 de maio de 2009

espelho turvo

Encaro-me agora. Faz muito eu não ficava assim, frente a frente comigo. Há tempos não me olhava nos olhos, fundo, à procura de semelhanças de outrora. Miro, fixo-me. Perdi-me em mim mesma. Em todo esse nicho de possibilidades. Ser, não ser, estar, parecer, padecer. Padeci. Afoguei-me, mais uma vez, em lágrimas abortadas. Secas, meu sempre eterno agonizar. Sigo no mesmo caminho. Sigo a perambular sozinha pelos áridos campos falsamente florescidos. Sigo, acreditando procurar-me. Sigo enganando-me. Estou sozinha, falta-me companhia, falta-me alguém. Simplesmente falto-me. Estou perdida. Falta-me a coragem de iniciar esta procura. E hoje, mais do que nunca, sei: não quero me encontrar.