sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Em uma aula desanimada... Vestígios de um domingo movimentado...

Onda ácida que derruba e
me eleva aos céus cor de jasmim.
Plano por entre veias pulsantes de meu estático coração
e rumo para o dragão amarelo minguante

O ar dança valsa com as árvores tortas
Lagos nos levam aos céus,
palco de estrelas multicoloridamente pensadas.
Rodo o compasso, construo meu passo descompassado

Pulo nuvens de cigarros mentolados e
tenho a certeza de que a vida é ali.

No fim do arco-íris está minha janela sensorial
Sou azul, escuto roxo, como vermelho,
enxergo branco, sinto verde, estou amarela e assim vou,
por entre uma dose de steinheager
e um copo de vodka leitosa.

Piso em falso na areia turva de sombras escondidas.
Com meus pés descalços caminho para o fim de meus dias, feliz.
Conseqüência de se viver:
morrer.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Confusão.
Esta é a sombra que me vem acompanhando faz muito.
Não é bem aquela coisa “quem sou, de onde vim, para onde vou”.
Não. Passa longe disso.
Sempre fui uma pessoa bem resolvida a este respeito,
daquelas que deixa o amanhã dizer.
E se ele não dizer, é porque não era para ser.
Clichê? Sim, clichêzinho infame e proposital.
Mas de um nível de realidade absurdo!
Eu sei quem sou, de onde vim e o “para onde vou” depende (e muito) do meu estado de espírito.
Sou uma criança.
Daquelas que se explode numa deliciosa sensação ao ver o sol das 18h.
Sim, ele me agrada. Acho lindo, mágico, de um nível poético inimaginável.Simplesmente inspirador.
Passaria horas deitada na grama, fitando aquele céu azul e o sol a gritar de amarelo ouro um saudoso tchau. O espetáculo da despedida.
Passaria, não fossem os compromissos da idade que, seguindo a teoria, sentiu-se obrigada a passar.
Eu sei minha real idade. A mim, estes numerozinhos ai não enganam não.
De onde vim?
De bem longe, onde as nuvens descansam e a lua joga poker com as estrelas.
De onde o vento canta suaves melodias táteis que arrepiam o corpo a cada nota musical.
Da cidade vizinha à Terra do Nunca e a 20km do País das Maravilhas.
De onde se lê uma placa “curva do vento”.
Onde rótulos e nomeações pouco importam.
E é para lá, aqui e acolá que eu vou.
Vou sem deixar de perder o rumo, e parando em cada cidadezinha desconhecida.
Vou com lenço, sem documento algum, e no bolso um pedaço de papel escrito Srta. Humana.
Vou sem medo, carregando apenas minha bagagem de sorrisos.
Encontrando-me e descobrindo um pedaço de mim em cada lugar.
Deixando migalhas de saudades, para o caso de querer voltar.
Não me perco, pois ainda não me achei.
Vivo uma eterna brincadeira de pique esconde comigo mesma.
“Um, dois, três, salve (m-se) todos!”
...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Num Universo Paralello...

Pupilas dilatadas fitam-me a todo instante,
são corpos embalados pelo ritmo frenético do êxtase.

Suor, corpo, alma.
Arrepios na espinha dorsal.
A carne trêmula.

Um frenesi de cores fluorescentes observam,
sinto o calor do sangue percorrendo as veias.
Abundância de sorrisos brilhantes a iluminar o caminho.

A dança do amor
sensualmente embalada pela brisa do mar.
Tão sensível – lava-me o corpo com suaves grãos de areia.

Corpos sujos. Almas límpidas. Mentes abertas.
Eis a chave sensorial da engrenagem de meus neurônios.
Axônios à velocidade da luz.

São passos ritmados pela des-ritmia musical – conflito relaxante.

E a lua, astro rei da noite limpa, observa,
e manda-nos a energia sinestésica de sua luz.
Sinto seu cheiro. Toco-a. Provo-a.
Manjar soberbo!

Danço, até que a música cesse.

E quando ela cessa
faço música e torno a dançar.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

e vão-se os anéis...

E da janela eu vejo o preto.
Sentimentos que se confundem no horizonte ensangüentado
Pessoas não enxergam, não ouvem, não sentem, mas acham-se donas da razão.
A venda da justiça vendida a preço de banana na feira dos importados,
made in Brasil com “zê” e “bê” minúsculo, adquira já a sua.
Venda-se você também!
Seja qual das duas formas você interpretou a frase acima.
E, na esquina, a prostituta atrás de pão,
não, espera um segundo, pode ser uma dona de casa mãe de 3 filhos sem escola também, sem conclusões precipitadas!
É estreita a linha que separa por diferenças um índio de um mendigo.
“Coitados, eles não têm culpa de não terem percebido.
Tava mesmo tão parecido envolto naquele cobertor esfolado”
Chega de franzir a sobrancelha, não os faça de coitados.
Os pós de um são os mesmos do outro.
Passa essa borracha no jornal, faz favor!
Quero tonéis CMY, sem o K, nos grandes jornais.
Quero cor nessa realidade, quero vida nessas manchetes.
Quer saber? Chega de conformidade, chega de buscar a explicação.
Não existe. Não tem perdão.