sexta-feira, 3 de agosto de 2007

e vão-se os anéis...

E da janela eu vejo o preto.
Sentimentos que se confundem no horizonte ensangüentado
Pessoas não enxergam, não ouvem, não sentem, mas acham-se donas da razão.
A venda da justiça vendida a preço de banana na feira dos importados,
made in Brasil com “zê” e “bê” minúsculo, adquira já a sua.
Venda-se você também!
Seja qual das duas formas você interpretou a frase acima.
E, na esquina, a prostituta atrás de pão,
não, espera um segundo, pode ser uma dona de casa mãe de 3 filhos sem escola também, sem conclusões precipitadas!
É estreita a linha que separa por diferenças um índio de um mendigo.
“Coitados, eles não têm culpa de não terem percebido.
Tava mesmo tão parecido envolto naquele cobertor esfolado”
Chega de franzir a sobrancelha, não os faça de coitados.
Os pós de um são os mesmos do outro.
Passa essa borracha no jornal, faz favor!
Quero tonéis CMY, sem o K, nos grandes jornais.
Quero cor nessa realidade, quero vida nessas manchetes.
Quer saber? Chega de conformidade, chega de buscar a explicação.
Não existe. Não tem perdão.

2 comentários:

Hipócrates disse...

Perfeito. Magnífico.

Sinto-me pequeno perto de vossa inteligência. Entendi perfeitamente o curta-metragem após este texto.

Esta banalização me corrói a alma.
Meditarei nisso.

Beijos, Sacerdotisa.

Heráclides disse...

Digito linguicalinguistica.blogspot.com e respiro fundo. Sei que encontrarei, invariavelmente, um casamento difícil de se encontrar por aí: forma e conteúdo juntinhos, numa união harmoniosa, inteligente, graciosa.

Seu protesto também é raro, principalmente neste tema em que a hipocrisia teima em falar mais alto: de que valem mil explicações para a bestialidade injustificada.