segunda-feira, 7 de maio de 2007

Segunda-feira irritante

Os olhos insistem em cerrar-se, são obesos
A concentração, vulgarizada, perde-se no silêncio mórbido que me cerca
Ouviria os grilos, não fosse esta invasão de concreto armado vegetariano
alimentando-se de plantas, flores, ou qualquer outra coisa fotossintetizante
Quisera eu ser uma exímia artífice na arte de vomitar poesias perfeitamente metrificadas
Não sei a cor do céu
Há nuvens lá fora?
Sinto-me presa envolta por estas paredes branco-encardidas
Estranho.
No ouvido Sérgio e Arnaldo Baptista sussurram-me uma loucura majestosa
Sim, sou muito louca. E não vou me curar não, obrigada.
Mais uma louca presa nesta normalidade acomodada
Ainda tonta da noite anterior. Bares, álcool e uma pseudo-filosofia barata
Este mundo de pseudo-realidades é fascinante, não?!
Veja você; eu, uma pseudo-redatora,
escrevendo um pseudo-texto, com pseudo-frases desconexas
E você, pseudo-leitor, formando um pseudo-pensamento à meu respeito
Viva a pseudo-falta do que fazer no trabalho.
“No chão de folhas secas de jornal”, é outono aqui na agência
Segundas-feiras outonais são completamente broxantes
E o resultado delas, são textos como este que você acabou de ler
Frígidos, mas com total sentido.
Viva a frigidez literária sentimental!
E para rimar: Tchau.

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