quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Meados de junho - filho de um trânsito caótico.

As micro-partículas de poeira, que o sol desta nebulosa manhã revela, dançam coordenadamente em espiral ascendente diante de minha face. Mais um dia comum. Este pesado ar inóculo compõe a poesia visual que me inspira. Será a inofensiva névoa de uma fria manhã ou o mortífero ar a espalhar-se pelo carburador desvairado do ônibus que atravessa a faixa ao lado? Velocímetro a 60, cabeça a mil. Escrever dirigindo pode ser perigoso. Isso me motiva. Vejo muita fumaça, algo pega fogo logo à frente. Secos dias de inverno. Fogo destruidor a renovar. E o movimento dos carros rumando seu cotidiano continua, quebrado apenas, ora ou outra, pelo avermelhar dos semáforos. A cor do amor. Estranho, não?! Vermelho, amor, PARE. Mentalmente bombardeada. Capturo tudo. Nada me escapa. Passo por um equilibrista de meio-fio. Sinto vontade de dar bom dia ao mundo, mesmo não sendo o melhor dos dias... Sigo meu caminho. Sempre em frente, já dizia o tal do Russo, não temos tempo a perder...

Um comentário:

Heráclides disse...

Efêmero, fugaz.
Não visível a olho nu. Ou visível somente ao olho despido de todo vício, nu.