quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Manuela Bomba

O dia tem me sufocado. Me apertado tão forte o peito, que não tarda meu já coagulado sangue escorrer por entre os dedos do sujeito desta minha voz passiva. A falta de ar tem sido inevitável, sinto como se tivesse presa numa gaiola de vidro. Frágil, transparente, intransponível. Pequenina, fruto de mim mesma, por onde, entre sóis e luas, só tenho enxergado meu, apagado e quase imperceptível, reflexo inverso. Os versos, que nunca vieram, hoje morrem também no amanhã. As manhãs, estas sempre tão difíceis, são cada vez mais noites de notas ao nada. Largaram-me, as palavras. As composições me ensurdeceram, todas elas. Limitei-me em mim mesma. Meus tendões foram todos brutalmente cortados. Equilíbrio? Verbete desconhecido do meu novo dicionário. Minha corda é bomba, explodiu minhas asas. Eu sou bomba, explodi a mim mesma.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu te amo. <3

ass: admiradora secreta genial.