segunda-feira, 18 de julho de 2011

automatismo

Prédio, prédio, prédio, tédio, prédio... Quanta apatia! Deve ser essa cidade, sei lá, engolindo o passado perfeito e atolando de imperfeições meu futuro do pretérito. Presa, em condicional. Presa no condicional. Tanto 'se' e nenhum 'é'. Tudo frustração, nada reação. PREGUIÇA. Quilos de papéis em branco preenchidos de metades. Ta faltando Ins pra tanta piração. Metáforas sem fim, poesia inacabada. Escrever lixo é luxo, opto pela inércia. É tanta falta, impedimento de estar, por isso, mesmo não sendo juíza de mim, estendo o cartão vermelho. I´m out, na rua, perambulando tão não eu por essa são paulo tão não minha. Observando esses milhares de apartamentos superlotados de solidão. Fingindo presença, sempre em boas más companhias. Todos com as testas franzidas, como quem anseia enxergar além. E os órgãos em extrema putrefação. Fígado, pulmões, coração, às moscas, tudo. Agora é démodé conservá-los, caiu em desuso. Cafonice pura, broxante como calcinha bege de vó. A partir de hoje, sou hype. A partir de hoje, opto pela frigidez (sentimental, sexual e literária).



2 comentários:

may disse...

E, apesar de concordar com praticamente tudo, discordo da parte em que você se tornou/tornaria/tornará frígida. Ainda não vale a pena... ainda.

Ricola de Paula disse...

gosto dessa prosa com os objetos,
as b izarrices doc cotidiano
a vida as vezes tão crayze talvez tão craze