terça-feira, 26 de outubro de 2010

Consolação

E agora que dei pra falar de sonhos, signos e saudades. Eu, sempre tão cética, tão deixa disso que astrologia não tem nada a ver e fim. Fim teve isso: eu descrente. Sabe, um dia vou medir o egoísmo redundante dos meus textos. Eu, eu, eu. Sempre me pergunto: vou falar do quê? Do amor não correspondido, chutado e ignorado? Do olhar que neguei retribuir no metrô cheio de vazio - inclusive o meu? Falo então da minha vontade latente de saltar na liberdade. Assim, saltar de verdade, não apenas descer.

...

Nesse dia mesmo, do olhar, a vontade era pular, me jogar, sumir dali, contanto que fosse para a liberdade. Mas meu destino final era a consolação. Sempre é. Sempre foi. À consolação, sozinha e sem olhares. O ignorado se foi no paraíso, o vazio encheu-se na baldeação. E eu segui, desconsolada, entre vírgulas, vocativo do meu ponto final - a consolação.

...

Tudo são linhas, idas, vindas, paradas, estações. Nada fica, somos todos passageiros. E, nesse caminho todo, meu fim é a consolação.

Desço na próxima, por favor.

Um comentário:

Ricola de Paula disse...

Tudo isso está aberto
para insistir...
cada rua cada faixa cada grão de poeira
este lar
ilu minado